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01/12/2017 - 10:07

Crise Econômica

Confiança empresarial cresce, porém eleições e desajuste fiscal são riscos

A confiança empresarial cresce desde julho deste ano, influenciada pela melhora de indicadores, como juros e inflação, porém as eleições de 2018 e as incertezas com relação à política fiscal podem reduzir o ritmo dessa trajetória.


Para especialistas, a expectativa de continuidade do ajuste nas contas do governo é importante para que os empresários consigam visualizar um horizonte de longo prazo mais sustentável para a realização de investimentos.


O Indicador de Confiança Empresarial (ICE) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) registrou alta de 1,5 ponto em novembro ante outubro, para 91,8 pontos, retornando, desta forma, ao mesmo nível do mês de maio de 2014.


Tanto o Índice da Situação Atual (ISA-E) como o Índice de Expectativas (IE-E) cresceram, mas o destaque ficou com este último que verificou expansão de 1,1 ponto, para 98,5 pontos, maior nível desde dezembro de 2013 (100,3 pontos). Já o ISA-E subiu 0,7 ponto, a 86,7 pontos.


A maior contribuição para a alta do ICE em novembro foi dada pela indústria (1,4 ponto), seguida pelo setor da construção civil (0,1 ponto). Segundo o superintendente de Estatísticas Públicas do Ibre-FGV Aloisio Campelo Jr., isso não significa que a confiança dos empresários do comércio e dos serviços está pior do que a dos industriais, mas que houve uma acomodação no último mês.


Ele comenta, por exemplo, que, nos meses de setembro e outubro, o ICE do comércio e dos serviços acumula aumentos de 10,1 pontos e de 4,6 pontos, respectivamente. “Não há reversão de tendência, só houve uma acomodação após subidas fortes em meses anteriores”, ressaltou Campelo, do Ibre-FGV.


Segundo ele, o principal fator que está impulsionando a confiança é a retomada gradual da economia, estimulada pelo ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) e pela queda da inflação, as quais, por sua vez, estão proporcionando uma recuperação da demanda interna. Campelo acrescenta que a volta do crescimento economia mundial também tem sido relevante.


“Nesse momento, os resultados mais positivos dos indicadores econômicos estão sustentando a confiança dos empresários, tendência que deve permanecer até meados de 2018”, ressalta Campelo, acrescentando que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 entre 2% e 2,5% deve conseguir ancorar a confiança em patamares mais positivos até o final do primeiro semestre.


“Agora a velocidade de alta da confiança pode ser impactada, a partir do segundo semestre do ano que vem, pelos ruídos das eleições e das incertezas com relação à política fiscal”, complementa ele.


Âncora fiscal


O professor da economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, João Francisco Aguiar, destaca que a expectativa de que o governo volte a fazer a superávit primário é um sinal fundamental para que os empresários desengavetem investimentos, pois isso significa, por exemplo, que os juros estarão em um patamar menor e que a taxa de câmbio não sofrerá choques muito intensos, garantindo, dessa forma, um cenário mais estável para a realização dos projetos.


“O fiscal acaba sendo uma âncora para os demais indicadores da economia, como os juros, câmbio e também inflação”, afirma Aguiar, complementando que o resultado das eleições em 2018 confirmará a continuidade ou não da retomada da confiança dos empresários brasileiros no País.


“De certa forma, ainda estamos reféns do fiscal. Ainda há muita tarefa, como a necessidade de aprovação da reforma da Previdência Social que ainda está incerta”, diz Aguiar, pontuando que a confiança ainda está distante dos patamares observados no período anterior à recessão.


Campelo reforça que o período eleitoral será um “ruído” nas expectativas do setor privado. “Se eu tenho dúvidas de como será a política fiscal nos próximos dois ou três anos, eu tenho dificuldade de saber qual será o retorno dos investimentos que farei”, afirma.


Contratações


Um dos destaque de novembro do ICE da FGV foi a evolução do indicador de ímpeto de contratações pelo setor empresarial: pela primeira vez desde novembro de 2014 a parcela de empresas que preveem aumentar o quadro de pessoal nos três meses seguintes (15,2%) supera a das que projetam redução (14,6%).


O resultado foi influenciado pelo avanço do ímpeto de contratações na indústria, segmento em que a diferença entre a proporção de previsões de aumento e de redução do total de pessoal ocupado alcançou 6,8 pontos percentuais no mês. Em serviços e no comércio a diferença ficou próxima a zero e na construção continua negativa (-9,5 p.p.). Para Campelo, esses números (excluindo os da construção civil) podem se refletir em um aumento das contratações formais nos próximos meses.


Outros dados da FGV mostram ainda que em novembro, a confiança aumentou em 49% dos 49 segmentos pesquisados instituição para construir o ICE. Considerando-se médias móveis trimestrais, a proporção de segmentos em alta na margem é de 60% do total. Para a edição de novembro de 2017, foram coletadas informações de 4.923 empresas entre os dias 1 e 27 de novembro.


FONTE: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços




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