Mercado se adapta à nova tecnologia sobre meios de pagamento
O sistema financeiro deve demorar mais dois anos para ter adesão total das novas tecnologias. Com mais de US$ 100 milhões anuais em investimentos a expectativa é que novos produtos (físicos e financeiros) e parcerias surjam no mercado para atrair mais clientes.
Já bastante avançada no mercado de meios de pagamentos e começando a ser implementada no sistema bancário, a internet das coisas (IoT, do inglês, Internet of Things) tem ganhado espaço no setor.
Segundo uma pesquisa da Tata Consultancy Services (TCT), por exemplo, o mercado financeiro mundial já investia US$ 117,4 milhões em 2015 e deve elevar esse número em 30,7% até o ano que vem, para um total de US$ 153,5 milhões.
De acordo com o presidente da Brasil Pré-Pagos, Paulo Della Volpe, mesmo que 2017 tenha sido um grande ano para as evoluções tecnológicas, o segmento ainda tem um “tempo de maturação” necessário para a adesão completa dos usuários.
“Todo o processo gera a necessidade de uma mudança drástica de comportamento das pessoas e isso não é algo rápido. O movimento deve se ampliar ao longo de 2018, mas acredito que ainda precisamos de dois anos para ver todo esse desenvolvimento. É um timing necessário”, comenta o executivo.
Nesse sentido, mesmo que a falta de preparo ou conhecimento dos lojistas para a adaptação dos wearables (meios de pagamentos vestíveis, como a pulseira ou o anel, por exemplo) seja um obstáculo a ser enfrentado pelo segmento, os usuários já demonstram interesse cada vez maior, principalmente os “Millenials”.
Da outra ponta, porém, a desconfiança em passar dados financeiros pessoais ainda é grande. Uma pesquisa realizada em setembro pela Unisys com 13 países aponta que mesmo com a forte disposição dos brasileiros em aceitar dispositivos e tecnologias no âmbito médico e de localização de objetos, o pé atrás com o sistema financeiro ainda existe.
Enquanto 88% são favoráveis à adoção de sensores de localização para bagagens em viagens, por exemplo, e 83% aceitam a transmissão de dados médicos por meio de dispositivos, apenas 51% aprovam o pagamento por relógios inteligentes.
Segundo o vice-presidente de produtos da Visa, Percival Jatobá, a desconfiança e a adaptação à desconstrução do cartão de crédito físico são processos naturais, mas que já existem posturas diferentes do sistema financeiro.
“O movimento passa a ser, não o de criar produtos, mas sim soluções que coloquem o cliente no meio de todo o processo”, explica o vice-presidente e reforça que, nesse cenário, os players que se recusarem a encarar parcerias como uma boa estratégia, ficarão para trás. “Ninguém mais conseguirá dominar a carteira de valor sozinho. Colaborar é preciso”, completa Jatobá, da Visa.
Corrida Tecnológica
Já do ponto de vista bancário, a falta de um produto financeiro físico acaba trazendo um viés muito maior para o machine learning (inteligência artificial) o que, para os especialistas, ainda demanda grandes mudanças estruturais no segmento.
“A indústria bancária está se transformando em uma indústria de dados e é o quanto os bancos conseguirem se adaptar à inteligência artificial que dará o tom de quem fará a melhor oferta com o menor risco”, avalia o presidente do banco Agiplan, Marciano Testa.
Ele afirma ainda que o banco aprovou mais R$ 750 milhões em investimentos voltados para a tecnologia nos próximos quatro anos, o que representa cerca de R$ 187,5 milhões por ano.
“É uma corrida tecnológica para mostrar quem consegue usar, da melhor forma possível, os recursos disponíveis na indústria”, acrescenta.
As perspectivas do quanto o IoT e o machine learning podem impulsionar a economia, por outro lado, tende a fazer com que as adaptações necessárias alavanquem de maneira exponencial ao longo de 2018.
Um levantamento feito pela McKinsey mostra que o número de dispositivos conectados à internet deve aumentar dos 10 bilhões registrados em 2015 para 34 bilhões até 2020, o que traria receitas entre US$ 3,9 trilhões e US$ 11,1 trilhões gerados pelo IoT até 2025, por exemplo.
“Trazer um atendimento em grande escala de forma personalizada é um desafio desperto em 2017 e que deve ganhar corpo ao longo de 2018. O sistema terá de se adaptar a esse processo” , diz o diretor de produtos do Banco Neon, Daniel Benevides.
“A mudança do mindset e a adaptação para a manipulação de todas as informações será a aposta forte do sistema financeiro e abrirá espaço para novos produtos e parcerias entre os players”, complementa Testa.
Cyber Security
Já em questão dos riscos de seguranças trazidos com o advento das novas tecnologias, os executivos ressaltam adaptações e investimentos recorrentes.
“Cyber security é um pilar importante e todos já se reestruturam para dar um corpo maior à essa área. Por isso a implementação da biometria facial, por exemplo, que fizemos recentemente, destaca-se em nível de segurança”, certifica Testa.
“É necessário entender que risco de segurança tem em toda tecnologia e que é preciso trabalhar para sua redução. Mas esses riscos não serão impeditivos para o avanço esperado”, conclui Benevides, do Neon.
FONTE: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços
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