Falta de letras de crédito faz estoque de CDBs crescer mais de 20% no ano
A falta de letras de crédito (LCIs e LCAs) isentas do imposto de renda para pessoas físicas impulsionou o aporte em certificados de depósito bancário (CDBs), cujo estoque aumentou mais de 20% no ano.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o patrimônio em CDBs havia atingido R$ 729,9 bilhões até o final de novembro, alta de 22,5% em 11 meses. Mas neste mês, devido a sazonalidade do pagamento da segunda parcela do 13º salário, muitas empresas sacam recursos dessa aplicação financeira de liquidez diária para honrar os compromissos com seus funcionários.
Até o último dia 15, o sistema de informações da depositária de títulos Cetip, da B3, registrava, por exemplo uma queda de R$ 9,96 bilhões no estoque de CDBs, sinal de uma pequena redução dos depósitos remunerados nesse período de final de ano. Mantido o patamar de R$ 720 bilhões em patrimônio, esses certificados devem fechar o exercício com um aumento de 21%.
Enquanto o estoque de CDBs evoluiu em 2017, as letras de crédito imobiliário (LCIs) tiveram uma redução de R$ 9,74 bilhões, de R$ 201,81 bilhões em dezembro de 2016, para o montante de R$ 192,07 bilhões em novembro de 2017.
“A falta de lastro reduziu bastante o volume de LCIs e LCAs. E o CDB, depois da poupança, é o queridinho do Brasil por causa da liquidez diária”, notou o fundador do buscador de aplicações financeiras Yubb, Bernardo Pascowitch.
De fato, o estoque em letras de crédito do agronegócio (LCAs) também encolheu em R$ 40,26 bilhões, de R$ 188,67 bilhões em dezembro do ano passado, para R$ 148,41 bilhões ao final do mês anterior.
Ainda nesse refluxo, o estoque de letras financeiras (LFs) – papéis de maior prazo emitidos pelos bancos – diminuiu em R$ 40,82 bilhões nesses 11 meses de 2017, do volume de R$ 429,68 bilhões no ano passado para R$ 388,86 bilhões no último mês de novembro.
Graças ao bom desempenho do velho e conhecido CDB, o total de títulos de captação bancária manteve uma expansão de R$ 60 bilhões, ou elevação de 2,8% neste ano para o volume geral de R$ 1,473 trilhão, segundo os dados registrados pela Anbima.
“Nossa captação em CDBs aumentou 50% neste ano, por três fatores: uma parte pela substituição de LCIs e LCAs, outra pela competição com as taxas dos grandes bancos; e por aliar boa rentabilidade com o nosso bom perfil de risco e a segurança do FGC [Fundo Garantidor de Crédito] até R$ 250 mil por CPF”, enumerou o head (responsável) do Sofisa Direto, Leo Cherman.
Depósitos remunerados
Nos últimos 12 meses até novembro, os CDBs renderam em média 9,31%. Mas com a redução da taxa básica de juros (Selic) ao longo desse período, a taxa DI anualizada – principal indexador dos CDBs, está, atualmente, em 6,89% ao ano.“Instituições menores oferecem taxas melhores, até acima de 100% do DI, na comparação com os grandes bancos”, identificou Pascowitch, do Yubb.
Até o próximo dia 31, por exemplo, o Banco Sofisa Direto promete 110% do DI no CDB Pós de um ano, e no CDB Pré-fixado de dois anos, 10% ao ano com liquidez apenas no vencimento. Já o CDB Pós tradicional, com prazo de um mês (30 dias), com liquidez diária oferece 100% da taxa DI.
O diretor da plataforma Easynvest, Amerson Magalhães, ainda citou que é possível encontrar CDBs para diferentes prazos com taxas atraentes: 99% do DI (90 dias); 107% do DI (6 meses); 119% do DI (um ano); 123% do DI (dois anos), e até 127% do DI (cinco anos). “O juro não está tão menor assim, a taxa real de juros continua alta”, argumenta Amerson Magalhães ao DCI.
FONTE: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços
Selic | Set | 0,84% |
IGP-DI | Set | 1,03% |
IGP-M | Set | 0,62% |
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Dolar V | 08/10 | R$5,51970 |
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Euro V | 08/10 | R$6,05510 |
TR | 07/10 | 0,1049% |
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Dep. após 3-5-12 | 08/10 | 0,5687% |