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28/07/2017 - 09:49

Economia

Juros e spread recuam com Selic e novo rotativo

As taxas de juros e o spread bancário, diferença entre o custo do dinheiro para o tomador e para os bancos, seguiram em queda em junho, captando tanto o ciclo da política monetária como fatores pontuais, entre eles a nova sistemática para o mercado de cartão de crédito, que já derrubou pela metade o juro do rotativo.


A taxa média do mercado fechou junho em 28,8% ao ano, menor desde julho de 2015. Desde que o Banco Central começou a cortar a Selic, em outubro do ano passado, a taxa já recuou 4,62 pontos percentuais. Já a redução da Selic foi de 4 pontos até junho.


No último ciclo de corte de juro, entre setembro de 2011 e abril de 2013, a queda do juro de mercado foi de 6,43 pontos, enquanto a Selic cedeu 5,25 pontos.


No crédito com recursos livres, a baixa no custo do dinheiro é mais acentuada, chegando a 8,1 pontos entre outubro e junho, para 46,1%, menor desde agosto de 2015. No ciclo anterior, mesmo com uma redução maior da Selic já em voga, a queda foi de 8,07 pontos.


Aqui entra o efeito composição do juro do cartão. A taxa para o pagador regular, aquele que quita ao menos 15% da fatura, fechou junho em 230% ante 431% em março. A limitação de prazo para permanência no rotativo em 30 dias entrou em vigor em abril.


Fazendo a mesma comparação para o spread, a queda no atual ciclo é de 3,03 pontos percentuais, para 21 pontos – ante redução de 4,2 pontos entre 2011 e 2013. A baixa é mais acentuada se observado apenas o spread no mercado com recursos livres. Entre outubro de 2016 e junho de 2017, o spread caiu 5,81 pontos, para 36,53 pontos. No ciclo de 2011/2013, a baixa foi de 5,4 pontos.


O que os dados sugerem é que a transmissão da política monetária pelo canal de crédito acontece conforme o descrito pelo livro-texto. E como o atual ciclo não se encerrou, o prognóstico é de novas quedas nos juros e spreads ao longo dos próximos meses. Na quarta-feira, a Selic caiu mais um 1 ponto, para 9,25% ao ano, e as projeções no mercado sugerem taxa básica em até 7% no fim do atual ciclo.


A queda dos juros e principalmente do spread não ocorre de forma ainda mais pronunciada em função da forte alta observada entre 2015 e 2016, quando a inadimplência subiu, notadamente nas empresas.


Para o Mitsubishi UFJ Financial Group, uma queda mais forte das taxas de empréstimo, e do spread bancário, depende da redução da inadimplência, que vinha em uma tendência crescente até maio.


Em junho, houve recuo de 0,3% da taxa de inadimplência, que não caía desde dezembro. A queda foi maior na carteira de pessoa jurídica, cujo índice de créditos em atraso acima de 90 dias caiu de 4% em maio para 3,6% em junho, enquanto na pessoa física a queda foi de 0,2% no período, para 3,9%. “A redução da taxa básica de juros, juntamente com uma melhoria gradual das condições do mercado de trabalho e menor endividamento das famílias, abrem caminho para uma redução gradual da inadimplência”, diz em relatório.


A Febraban estima que mais de metade (56%) do spread bancário é explicado pelas altas taxas de inadimplência. A piora na qualidade das carteiras nos últimos anos resultou em um patamar ainda elevado de provisão para devedores duvidosos no sistema. A provisão dos bancos privados nacionais está em 9,3% da carteira, contra 8,2% em 2015; nos públicos, o percentual é de 5,7%, ante 4,3% em 2015.


FONTE: Valor Econômico



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