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30/06/2017 - 13:17

Comércio Eletrônico

Fim do e-Sedex obriga lojistas virtuais a aumentarem o frete

O fim do e-Sedex, que passou a valer este mês, deu início a dois movimentos: enquanto alguns lojistas virtuais têm migrado para transportadoras privadas, que já sentem um aumento na demanda; outros, principalmente os pequenos, estão sendo obrigados a subir o valor do frete ou o prazo da entrega, prejudicando as vendas.


A modalidade dos Correios, voltada ao e-commerce, oferecia um custo 30% inferior ao do Sedex e com prazo de entrega similar. Em dezembro do ano passado a estatal anunciou a descontinuidade do serviço, mas uma liminar da Justiça impediu que o plano fosse efetivado – até o último dia 19, quando o recurso caiu. “A impressão que temos é que muita gente foi pega de surpresa. Como tinha uma liminar que impedia o fim, os lojistas virtuais tinham se tranquilizado”, afirma o CEO da Tray, plataforma de criação de lojas virtuais, Willians Marques.


A mudança tem prejudicado principalmente os pequenos lojistas virtuais. Com um volume de entrega baixo, a dificuldade de conseguir bons acordos com transportadoras privadas é grande, deixando-os dependentes das outras modalidades dos Correios: o Sedex (30% mais caro) e o PAC (que tem um prazo de entrega maior e cuja tarifa também foi reajustada para cima nas últimas semanas). “Para o pequeno e-commerce é difícil até encontrar alternativas. O que temos visto são eles recalculando as tarifas de frete e repassando para o consumidor.”


Com o aumento do valor cobrado pela entrega, no entanto, as vendas tendem a ser impactadas, aponta o vice-presidente da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (Abcomm), Rodrigo Bandeira. “Se você tem um produto barato e o frete dele aumenta, perde-se o diferencial competitivo. Por isso esperamos que os empresários assumam parte desse aumento”, afirma.


Foi justamente essa a decisão do e-commerce de camisetas Stripme. Para não prejudicar o crescimento, o fundador da loja, Cassiano Rubio, decidiu absorver 20% dos custos a mais – nas entregas feitas pelos Correios -, aumentando em só 10% o preço do frete. “Para não perder volume, sacrificamos as margens.”


Além disso, a empresa fechou um contrato com a transportadora JadLog, que passou a realizar 40% das entregas. Quando o e-Sedex ainda existia, a modalidade respondia por 90% dos envios. Mesmo com o contrato com a transportadora privada, o empresário teve que manter os Correios como principal canal de entrega por uma questão de capilaridade. “Conseguimos um preço competitivo com a JadLog nas regiões em que eles estão presentes. Nas demais localidades o preço é impraticável”, diz.


Oportunidades


A procura da Stripme por alternativas logísticas não é pontual e na JadLog a demanda por serviços de coleta e entrega para o e-commerce cresceu 75% do fim do ano passado (quando houve o primeiro anúncio do fim do e-Sedex) até junho deste ano. Com isso e o crescimento do setor, o faturamento da empresa com o comércio eletrônico avançou 92% de janeiro a maio, ante o mesmo período de 2016.


Segundo o diretor comercial da JadLog, Ronan Hudson, do fim do ano passado para cá, o movimento de cargas do e-commerce ganhou participação no volume movimentado pela companhia, passando de 30% para 35%. “Acreditamos que até o fim do ano a fatia do comércio eletrônico atinja 45% das movimentações de cargas fracionadas”. Por dia, a companhia tem recebido entre 20 e 30 consultas de lojas virtuais interessadas.


Como a empresa está ofertando a solução de forma nacional, explica o executivo, e o sistema já está integrado a algumas plataformas de e-commerce, a JadLog acaba captando os pequenos varejistas que utilizam essas plataformas.


Duas empresas que também estão de olho na lacuna são a Mandaê e a Total Express, que lançaram neste ano serviços específicos para o setor. Na Total Express, a plataforma e-Total, desenvolvida após o anúncio dos Correios, já atingiu dois mil clientes. “E o encerramento definitivo aumentou ainda mais a procura. Se crescia 20%, melhorou outros 20%”, afirma o diretor geral, Bruno Tortorello.


Visando ampliar a demanda, a empresa planeja expandir o atendimento do e-Total. “Vamos integrar com as plataformas [de e-commerce] e expandir da Grande São Paulo para o interior, o Rio de Janeiro e outras capitais”, diz Tortorello. O investimento no nicho é uma forma de acompanhar o cliente em todo o ciclo de vida, garantindo a conversão para outras modalidades conforme a loja cresça.


Voltada tradicionalmente para PMEs, a empresa de serviços logísticos Mandaê lançou, diante do novo cenário, um produto ainda mais enxuto, o Freedom. “Nas últimas duas semanas a demanda quadriplicou. O produto é novo e o fim do e-Sedex acelerou ainda mais o crescimento”, afirma o diretor de operações, Douglas Carvalho.


Além das transportadoras privadas, outra alternativa buscada pelos lojistas virtuais são os marketplaces. Algumas plataformas, como a B2W e o Mercado Livre, já oferecem serviços logísticos; e outras, como a Magazine Luiza, têm planos de começar a ofertar a solução. “Este ano já vamos lançar um piloto, mas não temos um prazo para lançar a solução completa”, afirma o diretor de marketplace da gigante varejista, Carlos Alves.


Em entrevista anterior ao DCI, o diretor de marketplace da Via Varejo, Paulo Madureira, também afirmou que a empresa lançará este ano um serviço logístico para os varejistas que integram a plataforma, que inclui a venda de espaços nos centros de distribuição e a entrega.


FONTE: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços




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