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03/05/2017 - 09:37

Indústria

Mercado de reposição de autopeças deve crescer dois dígitos em 2017

O mercado de reposição de autopeças é um dos poucos da indústria que, apesar da crise, continua crescendo. Para 2017, fabricantes estimam expansão entre 10% e 20% devido ao aumento contínuo da frota nacional e ao lançamento de novos produtos.


A Meritor, fabricante de eixos para veículos pesados, cresceu 5% na reposição em 2016, mas para este ano projeta expansão de 15%. “Vamos elevar as exportações, aplicar reajuste de preços e entrar em um novo negócio, o de óleo lubrificante para eixos”, afirmou ao DCI o gerente de marketing e vendas da empresa, Luís Marques.


O executivo conta que a companhia enxergou no mercado a oportunidade de fornecer esse tipo de óleo usando a tradição que a marca Meritor já possui no segmento de eixos. “Esse lançamento virou case de sucesso para o grupo no mundo.”


Marques acrescenta que o segmento de reposição é muito mais ágil que o das montadoras, conhecido como mercado original. “O processo de homologação de produtos é mais lento para montadoras, podendo levar de dois a quatro anos.”


Para a Fras-le, uma das cinco marcas de autopeças do grupo Randon, a reposição representa grande parte da receita e neste ano o cenário não será diferente. “O mercado brasileiro é imenso e ainda tem muito para se profissionalizar. O crescimento do after market deve ser tímido neste ano, mas principalmente a partir de 2018 terá uma expansão mais robusta”, afirmou o diretor comercial do mercado de reposição da Fras-le, Paulo Gomes.


Ele salienta que 2016 foi um ano difícil mesmo na reposição, entretanto, no primeiro trimestre deste ano o mercado parou de cair. “Apostamos no aumento da produtividade nas fábricas para ganhar competitividade.”

Frota em ascensão


Apesar da queda das vendas de veículos novos, todo ano o mercado brasileiro registra aumento da frota circulante. Diante deste cenário, as oportunidades de negócios para a reposição aumentam.


No caso da Borgwarner, fabricante de turbocompressores e motores de partida, a companhia aposta em produtos remanufaturados para o after market, que chegam a custar até 40% menos do que peças novas, porém, com a mesma garantia.


“A crise não afeta tanto a reposição porque a frota brasileira continua muito grande. Neste ano, vamos crescer na casa de dois dígitos”, revela o gerente de vendas after market Brasil, Ronaldo Lipari. O executivo estima que a idade média da frota de veículos pesados gira em torno de 18 anos no País. “Cada unidade vendida é um cliente em potencial.”


De acordo com o chefe de vendas de sistemas de emissões da Borgwarner, Emerson Brasil, a maior parte da receita da empresa ainda vem das montadoras, contudo, a reposição é essencial principalmente para ganhar margens.


“O mercado original dá volumes para os fabricantes. Empresas voltadas para o after market visam rentabilidade”, observa Brasil.


Ele comenta não se lembrar da última vez que o after market experimentou queda no Brasil. “Houve desaceleração do crescimento, não retração das vendas”, complementa.

Custos


A Gates, fabricante de kits automotivos, mangueiras e correias, afirma ter como grande obstáculo em suas operações a oscilação cambial. “Sofremos um impacto importante da variação do câmbio em algumas matérias-primas importadas”, afirma o gerente de marketing automotivo e industrial para América do Sul, Fabio Murta.


Mas para não prejudicar a rentabilidade do negócio sem abrir mão da qualidade, ele explica que a empresa estuda muito o repasse de custos.


“Normalmente, os reajustes são bem estudados para não prejudicar as vendas.” No ano passado, a Gates cresceu 28% na reposição e, para 2017, a projeção é de crescimento de 18%.


“Vamos renovar o portfólio e contar com 47 novos modelos de mangueiras que devem atender a sete milhões de veículos no País”, pondera.


Murta destaca ainda que o brasileiro está mudando seus hábitos em relação à reposição automotiva. “As oficinas estão cada vez mais profissionalizadas e, o mercado negro, mais raro. O consumidor está buscando produtos de qualidade, o que favorece a todos.”


Gomes, da Fras-le, revela que apesar da melhora do mercado de reposição, a companhia continuará com foco na redução de custos. “É difícil para negociar preços de matérias-primas porque compramos principalmente commodities, como aço e derivados de petróleo”, esclarece. “Mas por outro lado, quando decidimos aumentar preços os clientes entendem, porque os custos de nossos insumos são públicos”, complementa.


Lipari, da Borgwarner, informa que no segmento de reposição o realinhamento de preços já é tido como uma prática de mercado. “Os reajustes costumam ocorrer uma vez por ano ao distribuidor, que acaba repassando ao varejo. Geralmente quem vai sentir mais a inflação é o consumidor final.”


Reação do mercado


Apesar da forte retração do mercado automotivo, principalmente de veículos pesados, fabricantes de autopeças que atuam na reposição estão otimistas. “O segmento vai ser o primeiro a reagir. O primeiro trimestre foi muito bom”, avalia o executivo da Meritor.


Murta, da Gates, crê que a tendência é que o mercado apresente evolução contínua. “O consumidor não tem saída a não ser investir em manutenção, não só por conta do aumento da frota, mas porque é necessário. Estou otimista com o segmento de reposição.”


O executivo da Fras-le acredita ainda que os fundamentos da economia apontam para uma melhora do cenário brasileiro. “Ao menos a base para o crescimento está sedimentada”, elucida Gomes.


O gerente da Borgwarner acrescenta ainda que a perspectiva de retomada lenta das vendas de veículos novos no País deve beneficiar o segmento de reposição. “O investimento do consumidor em manutenção deve crescer”, aposta Lipari.


FONTE: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços



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